Impingem-nos adjetivos os quais temos certeza que não nos cabem.
Fazem julgamentos apressados por essa ou aquela atitude nossa, sem buscar entender o contexto e a situação em que ocorreu.
Comentam, dando vazão à imaginação, desdobrando fatos que nem sempre aconteceram, e, se ocorreram, distantes estão do colorido maledicente com o qual o passam à frente.
Em outros momentos, somos preteridos nessa ou naquela seleção, por critérios escusos e questionáveis.
Amargamos a indiferença de tantos que fazem pré-julgamentos sem ao menos se darem ao trabalho de efetivamente nos conhecerem.
Sofremos humilhações do chefe irascível, do parente em amargura, do colega desequilibrado.
Enfim, tantas são as vezes que somos acometidos por ações desequilibradas, por atitudes intencionais ou não, amargando pesos e consequências que julgamos não merecer...
Natural pensarmos que todo ato de injustiça é reprovável e, por essa razão, deve ser refutado e combatido.
Porém, inevitável questionarmos: se devemos lutar pelas igualdades, e bem-estar de todos, por que Deus ainda permite tantas injustiças?
É natural pensarmos que devemos nos esforçar para que a justiça seja feita, para que todos sejamos tratados no mesmo patamar de igualdade e direitos.
Porém, sem aprovar ou justificar falta nenhuma, ou atitude injusta de quem quer que seja, podemos analisar a situação por outro ângulo.
Se somos atingidos pela injustiça, que nos pesa no coração, nele instalando mágoas e ressentimentos, também boas lições ela pode nos oferecer.
Uma vez que ela é inevitável, face à leviandade de uns, descuido de outros, e insensibilidade de muitos, que possamos tirar boas lições das injustiças, quando elas nos alcançarem.
Se a vaidade e a dignidade são afetadas, o convite se faz para exercitarmos um tanto mais a humildade.
Se são a nossa cidadania e nossos direitos que são atropelados, oportuno se faz o cultivo da paciência.
Se somos feridos pelo julgamento ácido daquele que nos trai a amizade, a compreensão nos convida a vivenciá-la.
Assim, a cada ação de injustiça que sofremos, podemos perceber o convite da vida para cultivar essa ou aquela virtude.
De forma alguma podemos justificar ou apoiar qualquer ação indigna ou injusta.
De maneira nenhuma devemos aceitar qualquer situação deliberada a prejudicar quem quer que seja.
Lembramos que sempre será possível tirar boas lições das situações mais doloridas.
Quando Jesus nos alerta que, em nosso mundo, ainda são necessários os escândalos, nos leciona que é essa a lição que trará ensinos ao nosso coração ainda teimoso.
Porém, igualmente ele não deixa de nos alertar a respeito da responsabilidade de nossos atos, completando: Ai daqueles por quem venham os escândalos.
Por tudo isso, Jesus, entendendo nossas dores e dissabores na vida vem nos consolar, lembrando que serão bem-aventurados os que têm sede e fome de justiça, porque eles serão saciados.
Fonte: Momento Espírita
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