Desde o final do século XIX, houve um grande avanço tecnológico.
Isso ninguém pode contestar.
O homem venceu os espaços e chegou à lua.
Construiu máquinas capazes de reduzir as distâncias entre os
continentes, entre as nações.
Descobriu a cura de enfermidades até então tidas como
incuráveis. Conseguiu erradicar da face da Terra doenças que dizimavam vidas.
Mas, embora todo o progresso tecnológico conseguido, o homem não
logrou sequer, minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade,
evitar a dor, a doença e a morte.
Conquanto a Humanidade avance a passos largos na conquista de
melhores condições de vida, de descobertas científicas, de aperfeiçoamento na
produção de alimentos, de vestuário, e de outras tantas conquistas, não
consegue deter a onda de violência que apavora os seres.
Não consegue erradicar o preconceito do coração do homem, a
revolta dos povos vencidos, as catástrofes de toda ordem que assolam as nações.
É de nos perguntarmos por quê?
Por que tanta miséria moral com tantas conquistas intelectuais?
A resposta é simples. Os benfeitores da Humanidade respondem com
clareza em O livro dos Espíritos que o progresso intelectual engendra o
progresso moral, mas que o moral nem sempre o segue imediatamente.
É preciso que os povos se tornem civilizados, e não apenas povos
esclarecidos.
Na busca desenfreada de melhores condições de vida, no campo
material, o homem esqueceu de voltar a sua atenção para ele mesmo, enquanto
figura principal dessa engenharia toda.
São importantes as conquistas intelectuais, porque as morais
devem vir depois.
Homens intelectualmente desenvolvidos podem melhor compreender o
bem e o mal e optar pelo bem.
Basta que uma virtude brote no coração do homem: a piedade.
Quando o homem se detiver diante do sofrimento alheio e lutar por solucioná-lo,
então descobrirá naturalmente o caminho que o conduzirá à felicidade.
Esta é a orientação espírita. Só lograremos a nossa própria
felicidade, fomentando a felicidade do próximo.
Se somos todos irmãos, não podemos admitir que sejamos felizes,
vendo os demais padecendo fome e frio, sem possibilidades de educação, de
crescimento, de um lugar ao sol.
Numa sociedade verdadeiramente civilizada nada faltará a
ninguém, todos terão pelo menos o necessário para viver.
* * *
A inteligência é poderoso instrumento para fomentar o
progresso da Humanidade. Deus anseia que as pessoas inteligentes usem a sua
inteligência para o bem de todos e não para esmagar os mais fracos.
No entanto, por mais inteligente que seja o homem da Terra, seu
saber tem limites muito estreitos e restritos ao nosso planeta.
Por esse motivo ninguém tem o direito de envaidecer-se pela
inteligência, pois a Terra representa um grão de areia diante do Universo
infinito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gentileza identificar, nome, cidade - UF.