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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Declarar amor

Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração. 

A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro: é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados. 

Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata: é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais. 

E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro. Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto. Não é preciso dizer. 

Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital. 

Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde. 

O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe disse: pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido. 

Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo: 

- O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto. 

Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada. Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura. 

A resposta do marido foi curta, mas precisa: 

- Ela tem de ficar boa. 

Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta. O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela. 

Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível. 

O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa: 

- Querida, eu vou fazer você ficar boa. 

- Por que? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos. 

- Porque você representa muito para mim. 

Houve uma pausa. O pulso dela bateu mais depressa. Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele. 

- Você nunca me disse isso. 

- Estou dizendo agora. 

Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa. 

Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse. As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida. 

                                                              *  *  *

É importante saber dizer: amo você! O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. 

É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo. 

A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência. 

Quem diz ao outro: eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor.



Fonte: Redação Momento Espírita

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